O Ópio Lusitano

Cruel oceano que devoras as nossas naus
Reduzes poderosas frotas a meros paus
Fazemos parte de ti quando nos tragas
Mostra a doçura do abraço das tuas vagas

Porque o teu sal é o ópio Lusitano
A nossa paixão torna-te num tirano
Envolves a nossa alma numa eterna aliança
Levas-nos na tentação de mais uma dança

A velas da cruz de Cristo decoram a tua vastidão
As tuas tempestades adornam-nos a imaginação
Temos visões de monstros e sereias
Apenas nos mostras a graciosidade das baleias

Em todas as partidas zelas pelas nossas lágrimas
Em cada batalha com o nosso sangue te combinas
Um povo com uma alma de tranquila ansiedade
Somos peregrinos planetários na tua liberdade

Proporcionas-nos exóticas recompensas
E os inimigos de Portugal dispersas
Por um segundo fazes-nos soberanos
Mas como castelos de espuma acabamos.


M.Daedalus

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..quem traz a manta e o vinho?

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